domingo, 21 de março de 2010

A VELHA E A NOVA CRUZ

Por
A.W. Tozer

Sem fazer-se anunciar e quase despercebida uma nova cruz introduziu-se nos círculos evangélicos dos tempos modernos. Ela se parece com a velha cruz, mas é diferente; as semelhanças são superficiais; as diferenças, fundamentais.
Uma nova filosofia brotou desta nova cruz com respeito à vida cristã, e desta nova filosofia surgiu uma nova técnica evangélica – um novo tipo de reunião e uma nova espécie de pregação. Este novo evangelismo emprega a mesma linguagem que o velho, mas o seu conteúdo não é o mesmo e sua ênfase difere da anterior.
A velha cruz não fazia aliança com o mundo. Para a carne orgulhosa de Adão ela significava o fim da jornada, executando a sentença imposta pela lei do Sinai. A nova cruz não se opõe à raça humana; pelo contrário, é sua amiga íntima e, se compreendermos bem, considera-a uma fonte de divertimento e gozo inocente. Ela deixa Adão viver sem qualquer interferência. Sua motivação na vida não se modifica; ela continua vivendo para seu próprio prazer, só que agora se deleita em entoar coros e a assistir filmes religiosos em lugar de cantar canções obcenas e tomar bebidas fortes. A ênfase continua sendo o prazer, embora a diversão se situe agora num plano moral mais elevado, caso não o seja intelectualmente.
A nova cruz encoraja uma abordagem evangelística nova e por completo diferente. O evangelista não exige a renúncia da velha vida antes que a nova possa ser recebida. Ele não prega contrastes mas semelhanças. Busca a chave para o interesse do público, mostranto que o cristianismo não faz exigências desagradáveis; mas, pelo contário, oferece a mesma coisa que o mundo, somente num plano superior. O que quer que o mundo pecador esteja idolizando no momento é mostrado como sendo exatamente aquilo que o evangelho oferece, sendo que o produto religioso é melhor.
A nova cruz não mata o pecador, mas dá-lhe nova direção. Ela o faz engrenar em um modo de vida mais limpo e agradável, resguardando o seu respeito próprio. Para o arrogante ela diz: "Venha e mostre-se arrogante a favor de Cristo"; e declara ao egoísta: "Venha e vanglorie-se no Senhor". Para o que busca emoções, chama: "Venha e goze da emoção da fraternidade cristã". A mensagem de Cristo é manipulada na direção da moda corrente a fim de torná-la aceitável ao público.
A filosofia por trás disso pode ser sincera, mas na sua sinceridade não impede qe seja falsa. É falsa por ser cega, interpretando erradamente todo o significado da cruz.
A velha cruz é um símbolo da morte. Ela representa o fim repentino e violento de um ser humano. O homem, na época romana, que tomou a sua cruz e seguiu pela estrada já se despedira de seus amigos. Ele não mais voltaria. estava indo para seu fim. A cruz não fazia acordos, não modificava nem poupava nada; ela acabava completamente com o homem, de uma vez por todas. Não tentava manter bons termos com sua vítima. Golpeava-a cruel e duramente e quando terminava seu trabalho o homem já não existia.
A raça de Adão está sob sentença de morte. Não existe comutação de pena nem fuga. Deus não pode aprovar qualquer dos frutos do pecado, por mais inocentes ou belos que pareçam aos olhos humanos. Deus resgata o indivíduo, liquidando-o e depois ressucitando-o em novidade de vida.
O evangelismo que traça paralelos amigáveis entre os caminhos de Deus e os do homem é falso em relação à bíblia e cruel para a alma de seus ouvintes. A fé manifestada por Cristo não tem paralelo humano, ela divide o mundo. Ao nos aproximarmos de Cristo não elevamos nossa vida a um plano mais alto; mas a deixamos na cruz. A semente de trigo deve cair no solo e morrer.
Nós, os que pregamos o evangelho, não devemos julgar-nos agentes ou relações públicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. Não devemos imaginar que fomos comissionados para tornar Cristo aceitável aos homens de negócio, à imprensa, ao mundo dos esportes ou à educação moderna. Não somos diplomatas mas profetas, e nossa mensagem não é um acordo mas um ultimato.
Deus oferece vida, embora não se trate de um aperfeiçoamento da velha vida. A vida por Ele oferecida é um resultado da morte. Ela permanece sempre do outro lado da cruz. Quem quiser possuí-la deve passar pelo castigo. É preciso que repudie a si mesmo e concorde com a justa sentença de Deus contra ele.
O que isto significa para o indivíduo, o homem condenado quer encontrar vida em Cristo Jesus? Como esta teologia pode ser traduzida em termos de vida? É muito simples, ele deve arrepender-se e crer. Deve esquecer-se de seus pecados e depois esquecer-se de si mesmo. Ele não deve encobrir nada, defender nada, nem perdoar nada. Não deve procurar fazer acordos com Deus, mas inclinar a cabeça diante do golpe do desagrado severo de Deus e reconhecer que merece a morte.
Feito isto, ele deve contemplar com sincera confiança o salvador ressurreto e receber dEle vida, novo nascimento, purificação e poder. A cruz que terminou a vida terrena de Jesus põe agora um fim no pecador; e o poder que levantou Cristo dentre os mortos agora o levanta para uma nova vida com Cristo.
Para quem quer que deseje fazer objeções a este conceito ou considerá-lo apenas como um aspecto estreito e particular da verdade, quero afirmar que Deus colocou o seu selo de aprovação sobre esta mensagem desde os dias de Paulo até hoje. Quer declarado ou não nessas exatas palavras, este foi o conteúdo de toda pregação que trouxe vida e poder ao mundo através dos séculos. Os místicos, os reformadores, os revivalistas, colocaram aí a sua ênfase, e sinais, prodígios e poderosas operações do Espírito Santo deram testemunho da operação divina.
Ousaremos nós, os herdeiros de tal legado de poder, manipular a verdade? Ousaremos nós com nossos lápis grossos apagar as linhas do desenho ou alterar o padrão que nos foi mostrado no Monte? Que Deus não permita! Vamos pregar a velha cruz e conhecermos o velho poder.
 

Fonte: O Melhor de A. W. Tozer, Editora Mundo Cristão, pg 151 a 153.

domingo, 14 de março de 2010

Ansiedade

Arthur W. Pink


Não andeis ansiosos de coisa alguma” — Filipenses 4:6.
A preocupação é tão definidamente proibida como o roubo. Isto necessita ser cuidadosamente ponderado e definidamente percebido por nós, para que não a escusemos como sendo uma inocente “debilidade”. Quanto mais estivermos convencidos da pecaminosidade da ansiedade, provavelmente mais rápido perceberemos que ela é muito desonrante a Deus, e “lutaremos contra” ela (Hebreus 12:4). Mas como devemos “lutar contra” ela?
Primeiro, suplicando ao Espírito Santo que nos conceda uma profunda convicção de sua enormidade. Segundo, fazendo dela um objeto de oração especial e fervorosa, para que possamos ser libertos deste mal. Terceiro, vigiando seu princípio; e, tão longo estejamos conscientes da perturbação da mente, tão logo detectemos o pensamento incrédulo, levantemos nosso coração a Deus e Lhe peçamos a libertação disso.
O melhor antídoto para a ansiedade é a freqüente meditação sobre a bondade, o poder e a suficiência de Deus. Quando o santo pode confiantemente perceber que “O Senhor é o Meu Pastor”, ele deve extrair a conclusão, “Nada me faltará!” Imediatamente após a nossa exortação lemos, “porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”. Nada é grande demais e nada é pequeno demais para ser apresentado e lançado diante do Senhor. O “com ações de graças” é muito importante, todavia, este é o ponto no qual a maioria de nós falha. Ele significa que antes de recebermos a resposta de Deus, agradecemos-Lhe pela mesma: é a confiança do filho esperando seu Pai ser gracioso.
Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes”. “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:25,33).
 

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 22 de Janeiro de 2005.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A família em destaque

A IPB de Jucurutu todos os meses escolhe uma família para abençoar com orações durante todo o mês e no último sábado do mês é realizado um culto em ação de graças no lar da família escolhida. No domingo a família é convidada a vir a igreja. No mês de fevereiro foi a vez da família da irmã Nazaré no sítio Cacimbas, toda a igreja se deslocou para aquela comunidade para compartilhar com os irmãos esse momento tã especial na presença do Senhor.

O Propósito de Deus no Sofrimento

Herman Hoeksema

Hebreus 12:6, 11: “Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a qualquer que recebe por filho ... E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.”
Há uma grande diferença entre punição e correção, que faremos bem guardar em mente quando o Senhor nos conduz a caminhos de doença e adversidade.
Há, em primeiro lugar, uma diferença com respeito ao motivo e razão para ambos. O motivo da punição é a justa ira de Deus contra o pecado; o motivo da correção é o seu amor eterno. “Porque o Senhor corrige a quem ama” (Hebreus 12:6).
Há uma diferença, também, com respeito ao propósito. O propósito do castigo é a vindicação da justiça; o propósito da correção é instrução e santificação: “Para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade” (Hebreus 12:10).
E assim, finalmente, há uma diferença com respeito ao resultado ou fim. O fim da punição é a morte eterna; o fim da correção é a glória eterna. Nosso Deus nunca pune seus filhos, pois Cristo suportou toda nossa punição sobre a cruz; mas ele os corrige, para que possam ser exercitados através disso (Hebreus 12:11).
Entendamos isto pela fé, e saibamos que ele sempre nos ama.
Para conforto adicional, leia:
1 Pedro 1:6-7: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.”
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com

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