domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Guerra Espiritual, a Palavra de Deus e o Dilema de Jó


Quando me convidaram para falar sobre o tema da Palavra de Deus e a guerra espiritual, minha primeira reação foi a de não aceitar. Não é um tema que tenho me dedicado ao estudo com o mesmo interesse que outros irmãos vem fazendo, pelo menos, não na mesma direção com que muitos tem trabalhado.
Minha primeira tentativa foi a de apresentar uma nova proposta de leitura bíblica, uma vez que considero que a grande guerra espiritual que enfrentamos hoje se dá dentro da própria igreja, e tem a ver com o analfabetismo bíblico e teológigo que tem levado muitos a naufragar nas trevas da ignorância, da superstição e do chamado neo-paganismo.
Os reformadores acreditavam que a grande contribuição da igreja no final da idade média era o de libertar os homens da cegueira da ignorância, e conduzi-los, pela Palavra de Deus, à luz libertadora do evangelho de Jesus Cristo. Enviei meu texto para o Tito Paredes que teve o trabalho de traduzi-lo e enviá-lo aos redatores. No entanto, depois de conversar com alguns amigos, reconheci que o que havia enviado não correspondia ao tema que me foi proposto. Retornei à mesa para pensar numa nova tentativa. Considerando o tempo e a abrangência do tema que hoje extrapola até mesmo os limites da Bíblia, concluí que deveria abordá-lo dentro de um campo mais específico. Foi aí que me lembrei de Jó.
A história de Jó é uma história de guerra espiritual que se dá, não apenas no íntimo, mas que também tem seus reflexos na teologia, nas estruturas e nas relações. É uma guerra onde o objetivo principal não é o de medir forças e ver quem tem mais poder, mas de nos transformar a fim de compreendermos com maior clareza os propósitos eternos de Deus. Não será uma abordagem voltada para a dimensão missionária da igreja, mas sim para o processo transformador que a luta espiritual desencadeia. É neste contexto que pretendo refletir sobre guerra espiritual vivenciada por Jó. A forma como ele a enfrentou e as mudanças que ela trouxe sobre sua vida, teologia e relação com Deus e o próximo, serão o objetivo desta pequena reflexão.

O cenário da guerra

Os primeiros dois capítulos do livro de Jó definem o campo e os personagens deste conflito. Temos de um lado Deus que nos é apresentado como o Senhor soberano sobre tudo o que acontece na terra e no céu. As ações dos anjos e dos homens não lhe escapam aos olhos. Walter Wink afirma que "a fé no Israel primitivo, na verdade não tinha lugar para Satanás. Somente Deus era o Senhor e tudo o que acontecia, para o bem ou para o mal, era atribuído a Deus. "Eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro; diz o Senhor" .
Para o Velho Testamento, Deus sempre era a causa primeira e última de tudo o que acontecia no céu e na terra; ele assume total responsabilidade sobre o bem e o mal. Este é um conceito importante que veremos na forma como Jó enfrenta seu conflito espiritual.
De outro lado, temos o próprio Satanás, que se apresenta diante de Deus junto com os "filhos de Deus". Ele nos é apresentado como um acusador, expressão usada no Novo Testamento para definir seu papel. Ele levanta suspeitas quanto às motivações de Jó em ser tão íntegro e reto diante de Deus. Suas dúvidas colocam sob suspeita o testemunho de Deus e, consequentemente, as relações entre Deus e o homem. Ele não tem um poder próprio e não age independentemente de Deus. Suas ações, Deus assume como sendo suas próprias ações quando afirma que Satanás o havia "incitado contra ele (Jó), para o consumir sem causa" (Jó 2:3b). Satanás também reconhece isto ao dizer a Deus "estende, porém, a tua mão, toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face!" (Jó 2:5). Embora a maldade tenha sido proposta e executada por Satanás, ele próprio reconhece que é a mão de Deus, em última análise, a responsável pelas aflições de Jó. Satanás não é um ser autônomo, independente, com liberdade plena para agir e fazer o que lhe interessa.
Por fim temos Jó, aquele sobre quem Satanás levanta suas suspeitas e que, aos olhos de Deus, é um homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desvia do mal. O alvo das acusações de Satanás é o homem em sua relação com Deus. Ele não duvida do que Deus afirma sobre seu servo Jó. Sua dúvida repousa sobre as motivações, as intenções secretas da devoção de Jó. Estas suspeitas não comprometem apenas as intenções de Jó mas, sobretudo, a aliança que Deus estabelece com seu povo. A tese levantada é a de que ninguém adora e serve a Deus por nada. Por detrás de toda a retidão e integridade, o homem esconde sua verdadeira motivação que é a recompensa que espera receber de Deus. Satanás duvida que alguém possa amar a Deus sem esperar alguma retribuição. Se as suspeitas de Satanás forem confirmadas, ele encontra a justificação para sua própria queda. O centro da guerra espiritual se dá na arena do conflito relacional e afetivo e não no do poder.

A estratégia de Satanás

Deus aposta no poder do amor, do relacionamento que existe por causa do afeto. Este é o poder que ele dispõe para enfrentar a aposta que Satanás propõe. Por natureza, é um poder frágil, cuja força está em cativar o coração e obter deste uma resposta igualmente afetiva e amorosa.
A guerra espiritual, na perspectiva de Jó, não é uma disputa de poder entre duas forças que se digladiam buscando provar quem é maior e o mais forte. Antes, é um conflito entre Deus, que ama gratuitamente e incondicionalmente e o acusador que usa todos os recursos possíveis para provar a impossibilidade deste amor. O que está em jogo na aposta entre Deus e Satanás é a relação de Jó com seu Senhor. Numa outra cena semelhante, a da tentação no deserto, o que está em jogo ali é também a mesma coisa. Quando Satanás se aproxima de Jesus para tentá-lo, a primeira pergunta foi: "se és Filho de Deus, manda…" A dúvida lançada não era em relação ao poder de Jesus de transformar pedras em pães ou saltar do alto do templo e ordenar aos anjos que lhe socorressem. A dúvida era em relação à voz que ele acabara de ouvir no Jordão dizendo: "este é o meu Filho amado em quem tenho o meu prazer". A preocupação de Satanás não está no poder de Jesus para transformar pedras ou dar qualquer show que demonstre sua habilidade em manipular as forças cósmicas; sua preocupação está em levantar suspeitas, colocar sob dúvidas e, por fim, arruinar a relação única que o Filho tem com o Pai.
Durante toda a vida e missão de Jesus, sua luta espiritual foi preservar o vínculo amoroso, afetivo e obediente que ele tinha em relação ao Pai. Seu último suspiro, depois de toda a vergonha e humilhação do Calvário, foi mais uma vez afirmar seu amor ao Pai dizendo: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito". Foi esta relação de amor e afeto que venceu o pecado, que trouxe o triunfo da cruz. A cruz é o triunfo do amor sobre o poder. A opção pelo poder é uma opção maligna. É por isto que Jó recusa o caminho tão comum e popular da guerra espiritual moderna, o do dualismo, que vê o mundo dividido entre dois grandes poderes, duas grandes forças que disputam o domínio e o controle dos homens e da história.
Recentemente, foi publicado no Brasil um livro sobre a batalha espiritual que define a batalha espiritual com os seguintes dizeres: "Há no mundo dois reinos em conflito, duas forças que se chocam em combate pelo destino eterno dos seres humanos, dois poderes em confronto: O poder das trevas contra o poder da luz". Para o editor, o mundo está literalmente dividido entre duas grandes forças, uma do bem e outra do mal, e que precisamos urgentemente optar por um lado, sacar as armas espirituais e partir para defender o ameaçado reino do Senhor Jesus. Jó não vê o mundo assim. Para ele, o Senhor reina. Logo após ter sido violentamente afligido pelas catástrofes provocadas por Satanás, ele não diz: "O Senhor deu e Satanás tomou, agora devo amarrar e reivindicar o que me foi tirado"; pelo contrário, sua afirmação revela que, mesmo tendo sido Satanás o autor de toda a desgraça que sobreveio a ele e sua família, ele continua colocando Deus no centro de todos os acontecimentos ao declarar: "o Senhor deu, o Senhor tomou, bendito seja o nome do Senhor". Quando abraçamos o dualismo, a guerra espiritual transforma-se numa disputa de poder; temos que provar quem é mais forte, mais competente. Entramos na arena criada pelo próprio Satanás e passamos a lutar com suas armas. Optamos pelo poder, pelo domínio, e caímos na grande armadilha que ele nos preparou. Jesus, quando provocado, nunca se valeu do seu poder para se auto afirmar perante Satanás ou mesmo o mundo. Um dos ladrões que fora crucificado com ele disse-lhe: "Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também", no entanto, Jesus não precisou dar nenhuma prova do seu poder para mostrar que era de fato o Cristo de Deus, porque o seu poder fora definido na voz do Jordão.
Um dos perigos que a guerra espiritual trás é o de induzir-nos a usar as mesmas armas de Satanás, as armas do poder. O mundo não está dividido entre duas grandes forças. Por isto, como afirma C. S. Lewis, não há uma guerra espiritual mas sim, uma rebelião interna e o rebelde encontra-se sob controle. O poder que venceu o pecado foi o poder do amor, da encarnação, da entrega, da doação. Esta é a arma da nossa guerra. O que Satanás queria era mostrar que ninguém ama a Deus por nada, que ninguém busca e serve a Deus simplesmente por que Deus é Deus; que a integridade e retidão de Jó nada mais eram do que artifícios para conquistar os favores de Deus. É importante notar que as armas de Deus não são as mesmas de Satanás. Enquanto Satanás se vale da violência, destruição, sofrimento e dor, mostrando seu arsenal poderoso, Deus se vale da aliança feita pelo seu nome. Esta compreensão dualista da guerra espiritual que tomou conta da igreja evangélica no Brasil e na América Latina tem causado outras conseqüências previsíveis como o surgimento da teologia da prosperidade e a ambição pelo poder político. Ambos são reflexos de uma mesma visão espiritual que coloca os crentes dentro da arena criada Satanás onde ele mesmo é quem distribui as armas. Na luta pelo poder, seja ela qual for, Satanás será sempre o vencedor. As armas de Deus são outras, seu poder transforma a vida e a alma humana, nos livra das ambições do poder, nos tornam mais submissos e obedientes a ele e sua Palavra, mais comprometidos com o seu reino e sua justiça.

As transformações em Jó

Como já vimos, o drama de Jó reflete uma aposta que Deus e Satanás fizeram em relação às motivações secretas que levam-no a ser íntegro e reto. Deus aposta na resposta do amor, e Satanás na da retribuição como expressão do egoísmo. O sofrimento imposto a Jó é para provar de que lado ele vai ficar. Os amigos entram em cena e logo mostram que sua teologia reforça o argumento de Satanás. Para eles a lógica é simples: Deus abençoa o justo e pune o pecador, portanto, se Jó esta sofrendo, é porque pecou. Sendo assim, ele deveria reconhecer seu pecado, confessá-lo, a fim de receber de volta o que lhe havia sido tirado.
Noutras palavras, Jó deveria buscar a Deus, não por causa de Deus, mas por causa dele mesmo. Ele era a razão da sua fé e o objeto do seu amor. Jó, no princípio embora adepto desta teologia da retribuição, rejeita este argumento e reafirma sua inocência. Na sua luta espiritual, ele tem uma opção em três: reconhecer que seus amigos têm razão e que Deus é justo, o que o levaria a negar sua inocência e a buscar a Deus por causa de si mesmo; reconhecer que seus amigos têm razão e que ele é inocente, o que o levaria a negar a Deus, e reconhecer que Deus é justo e que ele é inocente, o que o levaria a negar a teologia dos amigos.
Jó opta pela última. Esta opção o leva a experimentar uma profunda transformação na sua linguagem que Gustavo Gutiérrez chama de "Linguagem Profética e a Linguagem da contemplação". A linguagem profética nasce da constatação que Jó teve de que há outros inocentes como ele no mundo, que sofrem a opressão daqueles que ambicionam o poder. Ele começa a falar para os pobres e sofredores com a linguagem de quem conhece a dor do inocente. A linguagem da contemplação nasce da revelação de Deus como Senhor livre e soberano, cujos atos e justiça não são determinados pelo homem, mas pela gratuidade do seu amor. Ao reconhecer a grandeza e majestade de Deus, Jó se curva e declara que agora seus olhos o vêem. O propósito da guerra espiritual na experiência de Jó não foi determinada pela sua capacidade de vencer as catástrofes, nem mostrar que o poder de Deus é maior que o de Satanás. O propósito foi o de render seu coração, transformar sua teologia (uma vez que ele pensava como seus amigos) e viver um encontro com Deus que transformou sua linguagem sobre Deus.
A derrota de Satanás não foi medida pelo poder, mas pela rendição ao amor gratuito e incondicional de Deus. Penso que esta foi também a guerra espiritual vivida por Pedro quando o próprio Senhor o chamou e disse: "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos" (Lc. 22:31, 32). A resposta de Jesus a Satanás que reclamou o desejo de peneirar a Pedro não foi aquela clássica de nossas batalhas espirituais: "tá amarrado". Pelo contrário, Jesus disse apenas que iria orar por ele para que sua fé não desfalecesse. Era necessário que Pedro passasse pela peneira. Sua índole era por demais impulsiva. Suas armas de guerra precisavam ser neutralizadas para que pudesse humildemente confessar seu amor ao Senhor. Tudo o que Jesus queria era uma declaração de amor, e não a arrogância do poder. Pedro foi também transformado pelo poder do amor de Deus e experimentou uma nova linguagem para falar de Deus.
A guerra espiritual e o silêncio de Deus A luta espiritual vivida por Jó, Jesus e Pedro, tem um elemento comum que é o silêncio de Deus. Parece-me que em todas elas Deus permite aquilo que Jesus afirma acerca de Pedro: deixar que Satanás o peneire. O Silêncio de Deus não é o silêncio da indiferença, mas o da oração e da intercessão. A resposta final deste silêncio é a afirmação de que, apesar do sofrimento imposto por Satanás, nosso coração continua sendo eternamente de Deus. A afirmação do amor que temos pelo Senhor é a resposta final de toda a luta espiritual. Não se trata de uma disputa de poder, de demonstrar quem é mais poderoso e domina o universo; esta tentação Jesus venceu no deserto. Deus não está preocupado em demonstrar seu domínio e soberania porque ele é de fato o Senhor absoluto e soberano e isto nunca foi colocado em disputa; sua glória ele não divide com ninguém, nem mesmo com Satanás.
A razão da guerra espiritual é demonstrar a quem nosso coração pertence. Diante desta finalidade, Deus se faz silencioso na espera de nossa resposta. Em algumas situações bíblicas onde Satanás impõe o sofrimento como instrumento de desmascaramento de nossas motivações mais secretas, vemos que Deus guarda o silêncio esperando nossa resposta. Foi assim com Jó, com Pedro e com o próprio Senhor. Também foi assim com Abraão quando leva seu filho Isaque para o altar do sacrifício. O papel de "acusador dos irmãos" mostra que Satanás desempenha um lugar importante no plano eterno de Deus: o de denunciar nossas máscaras e hipocrisias. É por isto que Jó, em momento algum de sua guerra espiritual, trata com Satanás, mas com Deus. Deus é seu advogado e justificador, é ele quem defende sua causa e é dele que Jó espera receber a absolvição.

Conclusão

A percepção da guera espiritual como uma disputa pelo poder de domínio e controle do homem, do mundo e da história acabou levando a igreja evangélica a optar pelas mesmas armas de Satanás, e perder o sentido mais profundo e verdadeiro da luta espiritual que é o de nos transformar, transformar nossos conceitos, valores e teologias que tentam enquadrar Deus nos esquemas malignos do poder. Nosso chamado é para subir ao Calvário, para sofrer todas as implicações do amor e do serviço, e resistir todas as investidas malignas que tentam nos afastar do caminho para Jerusalém. A vitória espiritual é a resposta do amor incondicional e desinteressado a Deus e ao seu reino. Enquanto permanecermos íntegros nas nossas motivações e desejos; enquanto permanecermos no caminho do discipulado e da cruz; enquanto permanecermos obedientes e submissos ao Senhor e sua Palavra, permaneceremos do lado de quem é e sempre será o vencedor.
Rev. Ricardo Barbosa de Souza
Pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto - DF 

sábado, 27 de fevereiro de 2010

SAF REALIZA DEPARTAMENTAL


No dia 26 de fevereiro a Saf realizou mais uma.
 Desta vez foi na casa da irmã Leonildes. O evento contou com a participação de todas as sócias e de algumas visitantes além de alguns irmão que nos honraram com sua presença.A mensagem ficou sob a responsabilidade da anfitriã que fez uma meditação sobre os vasos que podemos ser na presença do Senhor.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Padre José



José Manoel da Conceição nasceu em São Paulo, seis meses antes da Independência do Brasil, em março de 1822. Mudou-se para Sorocaba em 1824 e foi educado pelo tio, o padre José Francisco de Mendonça. Começou a ler a Bíblia aos 18 anos. Pouco depois, travou amizade com uma família inglesa e várias famílias alemãs, todas protestantes, e ficou impressionado com a vida religiosa deles.
Naturalmente devoto, abraçou a carreira sacerdotal, tendo sido ordenado padre aos 22 anos. Exerceu o sacerdócio de 1844 a 1864, sempre na Província de São Paulo: Monte Mor, Piracicaba, Santa Bárbara, Taubaté, Sorocaba, Limeira, Ubatuba e Brotas. Os paroquianos gostavam muito dele. Por seu apego à Bíblia e por sua simpatia aos protestantes, ganhou o curioso apelido de “O Padre Protestante”.
Atraído pela simplicidade do evangelho e pela Reforma Religiosa do Século XVI, Conceição deixou o sacerdócio católico em setembro de 1864, dois meses antes de o papa Pio IX publicar a encíclica Quanta Cura , que continha o famoso Silabo de Erros – uma lista de 80 erros modernos que deveriam ser repudiados pelas autoridades católicas, entre eles a total liberdade de culto e de imprensa. Tornou-se membro da igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, organizada dois anos antes pelo primeiro missionário presbiteriano a vir para o Brasil.
Antes de ser ordenado pastor evangélico em dezembro de 1865, há 130 anos, Conceição dedicou-se à evangelização de seus amigos paroquianos em Brotas, interior de São Paulo. Graças ao seu testemunho e a sua pregação, os missionários pioneiros organizaram em Brotas a terceira Igreja Presbiteriana brasileira.
A conversão de Conceição mudou por completo o quadro e o avanço da obra missionária protestante no Brasil. A dedicação dele a Jesus Cristo era muito grande, e o seu ministério itinerante era muito bem sucedido. Ele ardia de paixão pelas almas perdidas e pelos excluídos. Conceição tinha um temperamento muito especial. Não era capaz de ficar parado atrás de uma mesa, de gastar tempo com a organização eclesiástica, nem de assumir um pastorado fixo. Não se sentia atraído pelos grandes centros urbanos nem por pessoas bem vestidas. Era um incorrigível pregador de vila em vila. Hospedava-se em qualquer lugar e não se aproveitava de ninguém. Pregava, curava e desaparecia sem mais nem menos. Às vezes, deixava um bilhetinho, agradecendo a hospedagem ou dizendo que tinha ido embora. Nunca dizia para onde, porque ele mesmo não tinha um itinerário antecipadamente traçado. Viajava, a pé, distâncias enormes, às vezes de uma província para outra. Comia pouco e se contentava com qualquer comida. Sofria pressões do clero católico. Não poucas vezes era expulso de uma vila, ameaçado de morte, chamado de apóstata, anticristo e até de pastor louco.
Conceição era de uma simplicidade incrível, não obstante fosse muito preparado: sabia comunicar-se com os estrangeiros em suas próprias línguas, traduzia livros do inglês, do francês e do alemão, e tinha noções de medicina. Chegava a se vestir mal, roupa surrada demais. A herança que recebeu da família foi toda distribuída com obras de beneficência. Preocupava-se demais com os outros e muito pouco consigo mesmo. Embora desimpedido do voto do celibato por ter se desligado de Roma, o Padre José, como era chamado, nunca se casou, e sua pureza de vida sempre estava fora do alcance de qualquer maledicência. Não era servil aos missionários americanos, não obstante ser o único obreiro nacional no meio deles. Por causa de sua experiência na Igreja Católica, morria de medo de uma igreja excessivamente organizada. Realizava um ministério diferente dos missionários, e o seu trabalho era o que crescia mais. Conceição sonhava com um movimento profundo de reforma nos sentimentos e experiência religiosa do povo, aliado ao esclarecimento bíblico, que tornasse possível a criação de um cristianismo brasileiro puro e evangélico, mas enraizado nas tradições e hábitos populares.
Conceição gastou vinte anos como sacerdote católico (dos 22 aos 42 anos) e oito anos como pastor protestante (dos 43 aos 51 anos). Morreu no dia em que mais uma vez se comemorava no Império do Brasil e do mundo inteiro a encarnação do Verbo, a 25 de dezembro de 1873. Morreu dormindo, na Enfermaria Militar do Campinho, no Rio de Janeiro, depois de ser atendido por um médico e um farmacêutico e depois de pedir para ficar a sós com Deus. Mas seu corpo está sepultado ao lado do fundador da Igreja Presbiteriana no Brasil, o missionário Ashbel Green Simonton, no Cemitério dos Protestantes, anexo ao Cemitério da Consolação, nas proximidades do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Na lápide de Conceição está gravado: “Não me envergonho do Evangelho de Cristo”.


(Extraído do livro Entrevista com Ashbel Green Simonton, Editora Ultimato, págs. 43-46)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Seis Breves Regras para os Crentes por Brownlow North

1. Nunca descuide da oração particular diária; e quando orar, recorde que Deus está presente e que Ele ouve as tuas orações (Hb 11;6). 
2. Nunca descuide da leitura diária da Bíblia em sua privacidade, e quando lê-la recorde que Deus está te falando e que deves crêr e obedecer sobre o que Ele lhe diz. Creio que toda deficiência começa com o descuido destas duas regras (Jo 5:39). 
 3. Nunca deixe passar um dia sequer, sem ter a intenção de fazer algo para Jesus. Medite a cada noite sobre o que Jesus tem feito por você, e assim se pergunte: “o que estou fazendo por Ele?” (Mt 5:13-16). 
4. Se você tem dúvida de se alguma coisa é boa ou má, vai até a sua casa, ajoelhe-se e peça a benção de Deus para esta coisa. Se não puder faze-lo, é má (Rm 14:23). 
5. Nunca assimile o seu Cristianismo com os cristãos, nem argumente que porque estas ou aquelas pessoas fazem isto, ou aquilo, também lhe é permitido fazer (2 Co 10:12). O que tem que se perguntar é: “o que Cristo faria em meu lugar?”, e em seguida esforce-se em obedecer (Jo 10:27). 
6. Nunca faça caso do sentimento se este contradiz a Palavra de Deus. Pergunte-se: “pode ser verdadeiro o que sinto, se a Palavra de Deus é verdadeira?” E se ambos não podem ser verdadeiros, então acredite em Deus e aceite que o teu coração é enganoso (Rm 3:4; 1 Jo 5:10-11). 

Tradução livre: Rev Ewerton B. Tokashiki (26/11/2005) revtokashiki@hotmail.com Pastor da Igreja Presbiteriana de Porto Velho Professor de Teologia Sistemática no SPBC - extensão Ji-Paraná-RO.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

RETIRO ESPIRITUAL 2010

                                                    RETIRO ESPIRITUAL 2010
  No dia 13 desse mês, a Igreja Presbiteriana de Jucurutu realizou um retiro espiritual,dirigidos pelo Pastor Andriel Kleber tendo por tema " Emoções podemos confiar nela?  baseado no livro do Profeta Jeremias 17: 9"                                                                                                                                                                  



Os irmãos foram para a casa do Presbitero Josenildo 
de onde saíram  por volta das 16:00h em direção a comunidade  Pedra do Navio onde permaneceram até o dia 17.
Confira a nossa programação completa de retiro.


Após a instalação na casa e o jantar, foi iniciado o primeiro culto de agradecimento a Deus por ter nos dado a bênção de estarmos ali reunidos.
 Todos os dias  pela manhã a partir das 7:00h era realizada um momento de leitura na biblia e oração 
com todos os retirantes.

Após esse momento maravilhoso com Deus e com os irmãos, éramos direcionados a outro
momento também muito bom, o café da manhã, era feita a oração agradecendo a Deus pelos alimentos,




e depois ... vamos a comida.




O café da manhã, almoço, lanche e o jantar eram preparados pelas
irmãs abençoadas, Veronica, Tiquinha, Neuza, Ana, Joana Dark, Fatíma (Mira) e  Lindalva .




Todas as refeições estavam bem saborosas, mas também não teria como
ser diferente, feita por essas mulheres que mandam super bem na cozinha.

Durante o dia tinhamos os momentos de lazer, com dinamicas, brincadeiras
e visitas ao ponto turistico do nosso retiro "a casa de pedra ", juntos  em grande grupo
saímos em direção a casa de pedra, durante dois dias fizemos essa visita.

 

Grandes emoções durante a trilha que nos leva até o nosso 
principal destino





Chegando a casa de pedra, muitos elogios as maravilhosas
obras feitas pelas mãos de Deus e muitas fotos 




Ao meio dia estávamos de volta para o almoço, a tarde a partir das 
15:30 h palestra com o Pastor Andriel.





A noite depois do jantar, culto de louvor e adoração a Deus, a palavra

O louvor ficava por conta do Ministério de louvor da Igreja




Para encerrar com chave de ouro, no momento dinâmico da noite, criamos 
uma rádio com todas as notícias do dia, mancadas, recadinhos do coração, tradução da musica internacional, os momentos que ficaram, momentos que marcaram historias do passado dos irmãos do retiro.
direcionada pelos irmãos Anderson Gilson, Amanda, Josenildo, Lindalva, Tico, Pastor Andriel e Léo.




Depois de tantos momentos bons na presença de Deus é hora de arrumar as malas
e voltar, agradecemos a Deus por ter nos proporcionado esses momentos de
alegria.




Esperamos em Deus que no próximo ano viveciaremos novas experiências
na presença do Senhor Jesus Cristo!!!





quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SAF PRESTA HOMENAGENS AO HOMEM E A MULHER PRESBITERIANOS

Neste ultimo dia 06 a Saf Jucurutu esteve homenageando o homem e a mulher Presbiterianos. O culto teve como dirigente a presidente da Saf Ana Francisca e como pregador o pastor Andriel.Participaram das homenagens algumas sócias da Saf que fizeram uma homenagem aos homens. Os mesmos retribuíram também com uma homenagem para as mulheres. O momento foi de grande alegria e descontração. Também receberam homenagens os zeladores da igreja pelo seu dia.

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